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domingo, 22 de abril de 2012

Manifesto de Liberdade dos Versos


Um dia no facebook de uma grande amiga, li atentamente um apelo seu sobre uma situação inusitada para qualquer poeta. Reclamava ela sobre um sarau em que os organizadores "docilmente" alertavam sobre o que dizer e o que não dizer. Obviamente sobre interesses políticos dos organizadores, buscavam eles "filtrar" versos e rimas que porventura falassem de tanta roubalheira, pilantragem e corrupção. Indignado não pude deixar pra trás tanto desaforo dos organizadores. Os sarais não servem pra tais tipos de retaliações.

Desta forma deixo aqui minha indignação com tal ato em forma de poesia e protesto. Uma poesia livre de versos, de métrica, de rimas, mas com toda singeleza de formas e palavras como toda poesia deve ser. Deixo aqui meu manifesto e minha solidariedade aos companheir@s poetas e poetisas que lutavam por uma poesia que  se deixe expressar por aquilo que sentimos da profunda essência da nossa alma . Assim como toda poesia deve ser.

Manifesto de Liberdade dos Versos
(Gleison Gomes)

A poesia não serve para alienar.
E nem pode.
Ela é o livre sentir das pessoas sobre a vida
e sobre as coisas.
Ela nos serve pra sentir, cantar, (trans)formar, mudar, refletir.
Mais que isso:
Serve pra pensar.
Pra falar de amor,
de euforia,
de um silencio repentino,
da natureza, de uma raiva, de uma dor,
de um povo, de um país.
Da corrupção.

Ela serve pra falar de carinho e de indignação.

E os que limitam a arte de poetizar a vida,
de libertá-la!
São demônios. Demônios que sabem o poder dos versos,
das rimas e das palavras.
São demônios que circulam sarais, nos quais querem omitir do povo a verdade insurgente que brota da alma.
Amigos poetas, cantadores.
 Palhaços e trovadores: não deixem a poesia alienar.
Seja ela o elo perdido de liberdade que carece no coração das pessoas.
Estejam em seus corações, portanto de agora em diante a livre manifestação dos sentimentos, da indignação e do amor.

(Quanto aos demônios: reze dois versos de prosa do que sente em teu coração que eles fugirão).