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quinta-feira, 22 de março de 2012

Contramão


Contramão
(Gleison Gomes)

Qual o tamanho do medo da vida?
Todos lhe apontavam um caminho pra seguir. Não quis.
Contra a corrente pensante, dominante, preferiu seguir seus próprios passos. Em cada esquina cruzada, andante, lhe perguntavam qual era a loucura desta vez.
 – Pra onde vai errante?
Ia ele em busca da vida abundante. Diferente.
Nadando contra a maré, não se importava com o contra curso do rio que seguia. Percebia um ar de inveja das pessoas. Olhava em seus olhos e via o medo que tinham de mudar. Obstante, não se importou com a situação. Vivia o que sentia em seu coração. Como um peixe exausto seguiu o seu destino.
No fim da sua jornada, olhou pra trás e viu o tanto que havia andado por seu próprio caminho. Já se distanciava e, por conseguinte, não conseguia enxergar os que antes lhe apontavam o outro caminho. Apreciava a situação, a natureza e toda a imensidão do céu azul. O sol irradiante brilhava mais do que costumeiramente podia brilhar. Era o regogizo que precisava.
Um velho sábio que por ali habitava se aproximou e singelamente lhe perguntou:
– Quem és tu garoto? Não teves medo de não conseguir chegar?
– Quanto mais forem difíceis os caminhos é que percebo que devo insistir com meus passos. Sou aquele que tem outros sonhos. Sonhos estranhos. Se medo me der é que resolvo andar.
– E porque?
– Quanto maior o cansaço destes caminhos, maior é o encontro que tenho com Deus.
Ninguém nesta hora já se atrevia a falar mais nada. 

sexta-feira, 9 de março de 2012

Amo-te


Amo-te
(Gleison Gomes)

Num tempo seco reguei de beijos
tua muda. Por terras férteis deixei minh`oração.
Botão fechado brotou a tua vida
do bom jardim colhi
teu coração.

No chão flertei no campo o teu desejo,
arranquei-a numa forte atração.
Sobre as orelhas te expus em meus cabelos,
feliz estava com esta louca
sensação.

Andando pelas ruas, te apresentei os meus caminhos.
Sorrindo e contente cantei-te esta canção:

Amo-te,
e amo-te tanto por ser única como as rosas.

Apenas um Zé


Apenas um Zé
(Gleison Gomes)

Apenas um Zé.
Zé dos sonhos impossíveis
feito criança.
Alma boa,
Ser feliz.
És feito ferro,
coração de trovão.
Exemplo de vida atrevida,
cabra  bão.

Zé Criança dos sonhos impossíveis
tão doce quanto amar.
Cartilha de bons modos a qualquer hora,
temente a Deus e a minha virgem,
Nossa Senhora.

Quanta falta faz ao mundo
pessoas como a ti,
esperançosas.

Zé Menino dos sonhos impossíveis,
sujo estás de terra arada.
Por aqui ainda vive teus pés de plantas,
vivas lembranças que semeastes.

Zé dos sonhos verdadeiros.

Como és pequeno este poema
pra caber todos teus feitos.

Seja minha vida um terço,
um terço do que foi a sua.

(Minha homenagem poética ao meu querido avô: Seu Zé Menino.)
Saudades.

domingo, 4 de março de 2012

Teu jeito


Teu jeito
(Gleison Gomes)

Quando nossas almas se encontram
ensejam profundos desejos,
beijos.

Paro e penso num instante,
olho e te vejo
teu sorriso, teus olhos e cabelos
sem palavras, te desejo.

Contigo emudeço a vida,
o silêncio é a prece que tenho pra lhe oferecer.
Faz-me esquecer o empedernido mundo
que vivemos.

Na calmaria das nossas almas
é comigo que converso:
não é só teu corpo que aprecio,
mas todo este teu jeito de ser.

Fascínio encontro de alegria