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quinta-feira, 22 de março de 2012

Contramão


Contramão
(Gleison Gomes)

Qual o tamanho do medo da vida?
Todos lhe apontavam um caminho pra seguir. Não quis.
Contra a corrente pensante, dominante, preferiu seguir seus próprios passos. Em cada esquina cruzada, andante, lhe perguntavam qual era a loucura desta vez.
 – Pra onde vai errante?
Ia ele em busca da vida abundante. Diferente.
Nadando contra a maré, não se importava com o contra curso do rio que seguia. Percebia um ar de inveja das pessoas. Olhava em seus olhos e via o medo que tinham de mudar. Obstante, não se importou com a situação. Vivia o que sentia em seu coração. Como um peixe exausto seguiu o seu destino.
No fim da sua jornada, olhou pra trás e viu o tanto que havia andado por seu próprio caminho. Já se distanciava e, por conseguinte, não conseguia enxergar os que antes lhe apontavam o outro caminho. Apreciava a situação, a natureza e toda a imensidão do céu azul. O sol irradiante brilhava mais do que costumeiramente podia brilhar. Era o regogizo que precisava.
Um velho sábio que por ali habitava se aproximou e singelamente lhe perguntou:
– Quem és tu garoto? Não teves medo de não conseguir chegar?
– Quanto mais forem difíceis os caminhos é que percebo que devo insistir com meus passos. Sou aquele que tem outros sonhos. Sonhos estranhos. Se medo me der é que resolvo andar.
– E porque?
– Quanto maior o cansaço destes caminhos, maior é o encontro que tenho com Deus.
Ninguém nesta hora já se atrevia a falar mais nada. 

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